Começam nesta segunda-feira (4), na JFPR os interrogatórios dos réus do segundo processo contra ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em Curitiba. Ação penal é referente a compra e aluguel de imóveis. O Ministério Público Federal (MPF), acusa o ex-presidente de irregularidades no aluguel de um imóvel em São Bernardo e na compra, através da Odebrecht, de um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituo Lula, localizado em São Paulo. O que não chegou a ser construído.
Ação penal que segue em oitivas é composta por oito réus.
Serão ouvidos pelo juiz Sergio Moro: o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht; o dono da DAG Construtora, Demerval Gusmão; e o ex-executivo da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Paulo Melo. Na quarta-feira (06) o juiz ouvirá o ex-ministro Antônio Palocci; o advogado Roberto Teixeira; e o aposentado Glauco da Costa Marques, que é primo do pecuarista José Carlos Bumlai.
O interrogatório do ex-presidente Lula será o último nesta oitiva, que está previsto para o dia 13 de setembro, às 14 horas, em Curitiba. No mesmo dia o juiz federal vai interrogar o ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic. A defesa de Lula ainda tenta adiar o encontro do ex-presidente com o juiz, pedindo mais prazo para analisar provas juntadas pelo MPF no processo. Pela segunda vez, o juiz responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, negou o pedido da defesa do ex-presidente. A decisão de Moro foi publicada na manhã desta segunda-feira (4). O juiz já havia negado pedido semelhante em 18 de agosto.
Os advogados do ex-presidente Lula disseram que irão recorrer da decisão no TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, a segunda instância da Lava Jato. Este processo, o segundo dos três envolvendo Lula no Paraná.
O processo
Na ação penal, o MPF faz duas acusações principais a Lula e aos demais réus do processo. Para os procuradores, houve crime de lavagem de dinheiro na compra de um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula, na rua Doutor Haberbeck Brandão, em São Paulo – o imóvel não chegou a ser construído.
Segundo a denúncia, a DAG Construtora, que comprou o terreno, atuou como laranja da Odebrecht, que teria adquirido o terreno para Lula como forma de pagamento de propina por contratos da empreiteira com a Petrobras. O valor da lavagem de dinheiro neste caso, segundo o MPF, seria de aproximadamente R$ 12,4 milhões entre 2010 e 2014.
O MPF diz não ter dúvidas de que o imóvel seria destinado à construção do Instituto Lula. Em buscas realizadas no sítio em Atibaia, a Polícia Federal encontrou uma pasta com o nome da ex-primeira dama Marisa Letícia com um projeto arquitetônico de reforma do local.
*Com Gazeta do Povo
O MPF também denuncia os réus pela lavagem de mais R$ 504 mil por meio da aquisição, em favor do ex-presidente, de um imóvel em São Bernardo (SP). O apartamento foi mantido em nome de Glaucos da Costa Marques, que chegou a fazer um contrato fictício de aluguel com a ex-primeira dama, Marisa Letícia.
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