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Ministro do STF, Edson Fachin retira sigilo de áudio de colaboradores da J&F

Foto: Ascom  STF

Um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot informar que novos áudios entregues pelos delatores da JBS eram "gravíssimos", sinalizando que o ex-procurador da República Marcello Miller atuou a favor para "confecção de propostas de colaboração" que seria fechado com o Ministério Público Federal, antes mesmo de Miler sair da comissão de Janot, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da Lava-Jato, retirou o sigilo dos áudios. O ministro liberou acesso à gravação de conversa entre os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud , na noite desta terça-feira (5), justificando que o conteúdo é de interesse público.A gravação de mais de quatro horas foi entregue à Procuradoria Geral da República na última quinta (31). 
Leia a íntegra da decisão
O áudio
Em um dos trechos, parecendo estarem alcoilizados, o empresário Joesley Batista, delator da Lava Jato, e o diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Saud, planejam usar ex-procurador para chegar a Janot e se gabam como "joia da coroa" do MP e que não iriam para a cadeia. 
Eu quero nós dois 100% alinhado com o Marcelo…nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot…eu acho…é o que falei com a Fernanda [possivelmente Fernanda Tórtima, advogada]…nós nunca podemos ser o primeiro, nós temos que ser o último, nós temos que ser a tampa do caixão…Fernanda, nós nunca vamos ser quem vai dar o primeiro tiro, nós vamos o último…vai ser que vai bater o prego da tampa”, diz Joesley Batista em um dos trechos da gravação. “Nós fomos intensos pra fazer, temos que intensos pra terminar”, completa  Batista.
Avaliação de Batista sobre Fernanda, se tratava da advogada Fernanda Tórtima, que atua para a JBS, e, teria “surtado” com a possibilidade de a delação atingir em cheio o Supremo Tribunal Federal (STF). As menções feitas pelo empresário Batista e Saud citaram integrantes do STF, de conversas vagas do que teriam ouvido de pessoas fora do ciclo da Corte. O que levou a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia a exigir que a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) fizessem uma “investigação imediata” sobre os áudios citando membros da instituição, incluindo o seu nome.

Os delatores também tinham intenção de conquistar a confiança do ex-ministro da justiça, José Eduardo Cardozo. Eles queriam conseguir através dele, nomes no Supremo, já que pelas contas dos delatores, ele teria acesso a pelo menos, cinco ministros do STF. Armadilha de Joesley e Saud, gravadas ainda sem explicação, por descuido talvez, foi esquematizada segundo apuração, no dia 17 de março, três dias antes dos executivos buscarem deleção na PGR.
                                                                                             
A PGR, já anunciou investigação e possível cancelamento de benefícios na delação premiada dos executivos do grupo J&F. Nesta terça-feira (5), na última reunião com os integrantes do Conselho Superior do MPF, Janot disse que o episódio envolvendo os irmãos Joesley e Wesley Batista o fez refletir e chegar à conclusão de que não tem "coragem", e sim "medo de errar muito" e decepcionar a instituição. No desabafo do procurador-geral em tom de emotivo, ele disse que viveu um dos dias mais tensos no cargo, após dúvidas sobre delação da JBS. O mandato do procurador  encerra em 17 de setembro.

Governo e oposição
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse hoje, que as suspeitas de irregularidades na delação premiada dos executivos da JBS vão “fragilizar mais ainda” as acusações dirigidas contra o presidente Michel Temer. E classificou como 'gravíssimo' áudio apresentado ao Ministério Público. Oposicionistas disseram que revelação não impede segunda denúncia pela clareza das provas colhidas até agora. 




Com: G1 e agência 

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