PF conclui inquérito contra cúpula do PMDB na Câmara e vê indícios contra presidente Temer que teria recebido 31,5 milhões
A Polícia Federal concluiu inquérito contra a cúpula do PMDB na Câmara - por prática de crime de corrupção e organização criminosa vê indícios em atos do presidente Michel Temer (PMDB). Segundo a PF, Temer recebeu R$ 31,5 milhões de ‘vantagem’ por participar de organização criminosa. Até o ano passado å presidência Nacional do PMDB era de Temer - que foi passada por tempo indeterminado ao senador e líder do governo no senado, Romero Jucá.
O inquérito inclui um grupo de deputados e ex-deputados do partido – atribuido ao Presidente da República e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) pelo crime de organização criminosa.
O relatório inclui também os nomes do ex-deputado Eduardo Cunha, os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), além do o ex-ministro Geddel, ambos presos.
O doleiro Lúcio Funaro que é conhecido como operador de propinas do PMDB, também foi citado no relatório. Ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, homologado na semana passada pelo relator da Operação Lava Jatono STF, ministro Edson Fachin. Em seus depoimentos, Funaro afirmou que Temer não apenas sabia dos esquemas de corrupção do partido como participou deles,recebendo propinas ou intermediando dinheiro ilícito a campanhas de aliados. As revelações do doleiro também devem ser usadas por Janot na denúncia contra o presidente.
O documento com a conclusão da PF já foi enviado ao Ministério Público Federal e deve ser um dos elementos que subsidiarão possível nova denúncia de Janot, contra Temer, a ser apresentada até sexta-feira (15). O procurador deixa o cargo no próximo dia 17 que passará a ser ocupado por Raquel Dodge.
Para abetura de processo contra o presidente, que nesta caso poderia ser investigado por prática de crime durante o seu mandato, como prevê a Constituição, seriam necessários dois terços dos votos na Câmara dos Deputados .
Para abetura de processo contra o presidente, que nesta caso poderia ser investigado por prática de crime durante o seu mandato, como prevê a Constituição, seriam necessários dois terços dos votos na Câmara dos Deputados .
Outro lado
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República informou que Temer “não participou e nem participa de nenhuma quadrilha”. “O presidente tampouco fez parte de qualquer estrutura com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública. O presidente Temer lamenta que insinuações descabidas, com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça”, diz a nota.
A assessoria de imprensa do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou que ele só irá se pronunciar “quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta”
Também por meio da assessoria de imprensa, o ministro Moreira Franco afirmou que jamais participou de qualquer grupo para a prática de ato ilícito. “Repudio a suspeita. Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático”, diz a nota.
Henrique Eduardo Alves divulgou nota em que diz que faz parte do PMDB há mais de 40 anos e não de uma organização criminosa. “A tentativa de criminalizar a atividade política enfraquece a democracia e a sua inocência será provada ao longo do processo”, disse.
Defesas de Geddel e Cunha não se pronunciaram.
Presos
Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima estão presos após investigações da Operação Lava Jato. Cunha está preso em Curitiba, por ordem do juiz Sérgio Moro, desde 19 de outubro de 2016. Em março de 2017 foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e, em 18 de maio de 2017, teve novo mandado de prisão expedido pela Justiça. Eduardo Alves foi preso preventivamente no dia 6 de junho de 2017 pela Polícia Federal na Operação Manus, que investigava corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima voltou a ser preso, na última sexta-feira (8), em Salvador, três dias após a Polícia Federal encontrar mais de R$ 51 milhões, atribuídos a ele, em um apartamento. Anteriormente, ele havia sido preso preventivamente no dia 3 de julho de 2017, na Operação Greenfield, que investiga desvio de fundos de pensão.
Com: Agência Brasil
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